sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

CONSIDERAÇÕES NATALINAS

Uma amiga me ligou ontem pela manhã e na "lata" interrogou:
- A... voce tem algum acessório vermelho?
(Uai, 40 dias sem dar notícia e nem um "oi, tudo bem?" e ainda pedindo algo!!)
- Não, não tenho!- respondi.
Lá vem então aquele papo: Porque que eu não tenho? Onde estão todas aquelas coisas lindas que eu tinha? Eu dei? Joguei fora?
- Sim. Por que?!
- Muiézinha, agora tu virou um zumbi?! Sai pra vida!
- L..., eu continuo viva! Só não compactuo mais com esse consumismo desenfreado, estimulado pelo capitalismo para satisfazer questões de exibicionismo ou status social. Não me interessa ficar a dever os cabelos para ser vista, elogiada, paquerada ou invejada. Sou bem resolvida, não preciso desses elementos para ser feliz.
- Olha, já te ligo!!- respondeu, rapidamente.

Sinceramente, não sei como ela não perguntou pelo Dimi ou que fim levou. Aliás, Graças a Deus.


                                                                                    *    *    *


Indo a casa da maninha para jantar. No carro, meu sobrinho (4 aninhos) me pergunta:
- Tiaa, que papai "noiel troxi p/ shiora"?
Fuzilei minha irmã com os olhos e inquiri desde quando ele estava sendo condicionado com esta conversa mole?!
- Foi o padrinho dele, não dava mais para desfazer a conversa. Pois, o menino ia ficar pensando que o padrinho é mentiroso. Não sabe como ele é?!- falou minha irmã, justificando-se.
Virei para responder a pergunta da criança. Meu outro sobrinho de 14 anos, falou discretamente:
- Tia, cuidado com o que a sra. vai falar!
Pensei imediatamente: E agora? Que eu faço? Respondo que ganhei saúde, coragem, inteligência. (falta de modéstia também, mas não citei essa parte... kkkk kkkk)
- Nããão, tiaaaaaa!! Papai "noiel" não faz assiiiim! Oiá é assim... ele dá "inquedo, shorti, uékinha, rôpa, elógio, vído gueme"...
Sou obrigada - GRRRRRR - a mentir, compactuando contra minha vontade com a mentirinha inocente do padrinho dele.
-Lindinho, a titia já é grande e agora ganha outras coisas! Criança é que ganha isso aí, que voce falou. - sai pela tangente, mas rangendo os dentes...
                                                                                   * * *

E cá estamos novamente em uma data que, inicialmente foi proposta como uma comemoração religiosa. Embora, saiba-se há algum tempo que não existem registros que comprovem com exatidão, o nascimento de Jesus. E outros ainda afirmam em seus estudos que, esta data foi estabelecida, para agradar povos pagãos que estavam a ser iniciados no Cristianismo. Como tantas outras cositas pagãs, que foram inseridas para a adesão de mais "fiéis".
Bom, tapando o sol com a peneira e aceitando essa data como um evento espiritualizado. Pause...
Antigamente, ainda via-se uma lapinha nas casas e comércios. Cartões sobre a família santa, os três reis magos, estrela-de-Belém etc... Ihh!! Mais faz tempo, óóó!
Liberando o pause...
Espiritualidade é o que menos vê-se. Ambição, cobiça, inveja, gula, lascívia, avareza e falsa caridade, decididamente são em doses fartas. A data tornou-se uma campeã de vendas no comércio, assunto mais que interessante para o mundo capitalista. Lembrei de uma charge em que papai Noel pergunta a um bebê na manjedoura (supostamente Jesus).
- Afinal, a data é minha ou sua??
O CDL responderia:
- Não importa Noel. De qualquer um, desde que venda muito!!